quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Pensamentos....

Deixo no texto alguns termos que são dúvidas de muitas:

GÊnero
Feminismo
Lesbofobia
Racismo
Fundamentalismo

Por enquanto são estas,vamos pesquisar,vamos enviar respostas e dar inicio ao nosso grupo de estudos virtual.

o nosso email é oqueelaspensam@gmail.com
Entrem em contatato,vamos estudar,vamos nos emponderar!!!!!!!!!!!Mulheres nos espaços de poder!

Enquanto as respostas não chegam,leiam um trecho  do conto da Jornalista Paulista Andrea Balsan que enviou exclusivamente para o nosso blog.Boa leitura!!!!!!!!Na proxima edição tem o conto na integra:

“Querido diário,


Hoje estou triste e feliz ao mesmo tempo. Não sei explicar o que acontece comigo. Hoje eu e a Isabela não brigamos. Eu tirei uma com a cara dela, mas sem ela saber. Eu tenho essa necessidade de falar dela. É algo maior do que eu. Teve uma época que eu nem ligava para ela direito. Esses últimos anos têm crescido essa coisa que eu não sei explicar. Queria dizer o que é, mas eu não sei. Tenho tanto medo de que seja uma estúpida paixão. Quem é a pessoa que se apaixonaria pela a sua maior inimiga? É como uma judia se apaixonasse por Hitler.

Sei, peguei pesado na comparação. Mas é assim que eu me sinto. Amando a pessoa que eu mais odeio e que mais me odeia..."

Andrea Balsan

E se você quer dividir conosco os seus contos e poesias é so nos enviar por email.Vamos movimentar nossos estudos virtuais!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Vozes de uma dor - Por Bruna Pereira



Não acredito que exista um conceito definido para a invisibilidade, pois é algo que sentimos, vivenciamos e não conseguimos, por mais esforço feito, arrancar esta dor do nosso coração.


A invisibilidade pra mim é uma dor, uma inquietação tão profunda e intensa que me faz pensar que sou impotente, que sou uma pessoa imprestável a ponto de não ser enxergada.


Como é difícil sentir esta dor....


É sentir a rejeição de não poder ser quem você é para não tirar a paz de outras pessoas. É abdicar, apenas, de ser você por ser diferente.


É irônico porque se não existe ninguém igual a ninguém, qual é o problema de ser diferente?


Fico me perguntando porque preciso me esconder! Continuo sendo a mesma, só que agora, ferida. E essa ferida parece que nem pode aparecer porque se ela aparecer todo mundo vai querer saber o motivo dessa dor. E o motivo desta dor é justamente o que não querem que apareça.


Como conviver com essa sensação dolorosa de não poder deixar, de forma alguma, de ser você e ter que se anular por causa de valores que nem são seus? Me pergunto isso todos os dias... Várias vezes por dia!


Ser invisível é tão ruim que às vezes matamos nossos sentimentos, sorrimos quando queremos chorar e gritar para o mundo que existimos. Ninguém sabe disso porque ninguém compreende minha angústia.


Exigem de mim que eu seja uma pessoa que eu não sou e para ser esta pessoa, tenho que mentir, me negar, escolher o que fará todo mundo feliz, menos eu...


É muito sério porque posso ouvir constantemente que sou covarde, no entanto, não é covardia que vem de dentro de mim. É a covardia que começa de fora, vinda de outras pessoas. Covardia por não me aceitarem.


Ninguém sufoca o que tem guardado no peito por achar melhor para si. Guardamos, trancamos a 7 chaves porque sentimos na pele cada dia de nossas vidas...


Dias longos estes, a espera de viver em paz comigo mesma, sem precisar se mutilar um pouco a cada dia. Sem precisar planejar o suicídio diário que é sentir esta dor latente que insiste em me lembrar todo momento as condições de sobreviver resistente nesta realidade.

Esta realidade, quero dizer a você que está lendo, é difícil. Mas, quer saber o que aprendemos com ela?


Aprendemos que, assim como nós, existem outras pessoas nestas condições. Umas já conquistaram mais espaços, outras estão caminhando e conquistando aos poucos. Então, não estamos sozinhas.


Aprendemos também que podemos unir todas as vozes e lutarmos para nossa dor não mais ser silenciada e garantir nossos direitos.


Aprendemos com tudo isso que não precisamos esperar por nada, podemos e devemos correr atrás do que nos é de direito.


E, aprendemos, dentre tantas outras coisas, que nós LÉSBICAS devemos ocupar todos os espaços de poder e unificar nossa voz e nossa luta contra toda forma de Machismo, Racismo e Lesbofobia.






Bruna Pereira é Militante do Grupo Luas e recitou este texto no dia do evento da Visibilidade Lésbica(29/08/09).
 
Vamos debater o texto??
 
Dúvidas :oqueelaspensam@gmail.com
Comentem,unir forças nesta batalha pela nossa liberdade de viver o amor independente da sua genitália é garantia de vitória para todas.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Escrevendo uma nova historia trilhada pelas estrelas...

Este espaço é seu!

Todos os dias lutamos para viver,para buscar o nosso lugar ao sol,para sobrevivermos!É acordar cedo,ônibus lotados,cara feia do patrão,cabelo na comida rsrsrsr briguinhas fúteis com o colega de trabalho que quer puxar o nosso tapete,contas...contas e mais contas!Nós mulheres então... a nossa luta é dobrada!Se somos lésbicas...é guerra!Enfrentar o preconceito da sociedade,dos amigos e muitas vezes da nossa própria família.São tantos questionamentos,tantas dúvidas e não temos espaços para debatermos com pessoas que nos entendam e passem pelas mesmas dificuldades que enfrentamos.Pronto!A busca já acabou!Estamos criando este espaço para que coletivamente possamos encontrar soluções para os nossos conflitos sejam eles pessoais ou sociais.Vamos discutir política,militância,dicas da saúde da mulher,grupos de estudos com várias temáticas como:Sexualidade,Gêneros,Família,Políticas públicas e entre outros temas que poderemos sugerir.Queremos montar discussões com ajuda de TODAS!Participem,este é o começo de uma luta com seriedade e abençoada pela beleza das ESTRELAS!
..." O fato de estarmos aqui (...) é o triunfo de muitas mulheres que nos antecederam: as visionárias, as bruxas, as sufragistas, as feministas e, sem dúvida, as poetas. Porque esta realidade foi utopia, como é utopia o que falta conquistar." (Maria Guerra)
Para iniciarmos a nossa discussão, vamos falar sobre o 8 de março, dia tão importante para nós mulheres.Não queremos rosas nem chocolates,queremos sim o reconhecimento da sociedade como fatores de mudanças positivas.Não queremos mais viver presas as amarras patriarcais.Queremos nos expressar,queremos mostrar que existimos e temos direitos!Somos mulheres na luta pelo que é nosso, pelo que temos direito!

História de 8 de Março – Dia Internacional Das Mulheres

O Dia da Mulher nasceu das mulheres socialistas Quando começou a ser comemorado o Dia Internacional da Mulher? Quando começou a luta das mulheres por sua libertação? Qual é a influência do movimento socialista na luta das mulheres? E o 8 de Março, como nasceu? A data teve origem a partir do quê? Onde?
A origem do mito da greve de 1857
O que estamos acostumados a ler nos boletins de convocação do Dia da Mulher é a história de uma greve, que aconteceu em Nova Iorque, em 1857, na qual 129 operárias morreram depois de os patrões terem incendiado a fábrica ocupada. A primeira menção a esta greve aparece no jornal do Partido Comunista Francês, na véspera do 8 de Março de 55. Mas a fixação da data devido a greve aparece num boletim, em Berlim, na então Alemanha Oriental, da Federação Internacional Democrática das Mulheres. O boletim é de 1966. O artigo fala rapidamente, em três linhas, do incêndio que teria ocorrido em 8 de março de 1857 e depois diz que em 1910, durante a 2ª Conferência da Mulher Socialista, a dirigente do Partido Socialdemocrata Alemão, Clara Zetkin, em lembrança à data da greve das tecelãs americanas, 53 anos antes, propôs o 8 de Março como data do Dia Internacional da Mulher.
O jornal do PCF, L´Humanité, não fala das 129 mulheres que teriam morrido queimadas. Esta história teve origens, provavelmente, em dois fatos ocorridos na mesma cidade de Nova Iorque, 50 anos depois da suposta greve. O primeiro foi uma longa greve de costureiras que durou de 22 de novembro de 1909 a 15 de fevereiro de 1910.
O segundo foi um dos tantos acidentes de trabalho, ocorridos no começo do século XX. Aconteceu na mesma cidade da greve das costureiras, em 1911. Nesse episódio, em 25 de março, foi registrada a morte, durante um incêndio, causado pela falta de segurança nas péssimas instalações de uma fábrica têxtil, de 146 pessoas, na maioria mulheres. As portas da fábrica estavam fechadas, como de costume, para que as operárias não se dispersassem na hora do almoço. Esse incêndio foi, evidentemente, descrito pelos jornais socialistas, numerosos nos EUA naqueles anos, como um crime cometido pelos patrões, pelo capitalismo. A fábrica pegando fogo, com dezenas de operárias se jogando do oitavo andar, em chamas, nos dá a pista do nascimento do mito daquela greve de 1857, na qual teriam morrido 129 operárias num incêndio provocado propositadamente pelos patrões.
E como se chegou a criar toda a história de 1857? Por que aquele ano? Por que nos EUA? A explicação, provavelmente, é a combinação de casualidades, sem plano diabólico pré-estabelecido. Assim como nascem todos os mitos. A canadense Renée Côté pesquisou, durante dez anos, em todos os arquivos da Europa, EUA e Canadá e não encontrou nenhuma traça da greve de 1857. Nem nos jornais da grande imprensa da época, nem em qualquer outra fonte de memórias das lutas operárias.
Ela afirma e reafirma que essa greve nunca existiu. É um mito criado a partir da confusão entre a greve de 1910, nos EUA; a de 1917, na Rússia e o incêndio de 1911, em Nova Iorque.
Pouco a pouco, o mito dessa greve das 129 operárias queimadas vivas se firmou e apagou da memória histórica das mulheres e dos homens outras datas reais de greves e congressos socialistas que determinaram o Dia das Mulheres, sua data de comemoração e seu caráter
Já em 1970, o mito das mulheres queimadas vivas estava firmado. Rapidamente foi feita a síntese de uma greve que nunca existiu, a de 1857, com as outras duas, de costureiras, que ocorreram em 1910 e 1911, em Nova Iorque. Nesse ano de 1970, com centenas de milhares de mulheres americanas participando de enormes manifestações contra a guerra do Vietnã e com um forte movimento feminista, em Baltimore, EUA, é publicado o boletim, Mulheres-Jornal da Libertação. Neste já se reafirmava e se consolidava a versão do mito de 1857.
Mas essa confusão não foi aceita tranqüilamente, na França, por todas e todos. O boletim nº 0, de 8 de março de 1977, História d ’Elas, publicado em Paris, alerta para esta mistura de datas e diz que, em longas pesquisas, nada se encontrou sobre a famosa greve de Nova Iorque, em 1857. Mas o alerta não teve eco. Dolores Farias, no seu artigo no Brasil de Fato, nº 2, nos lembra que, em 1975, a ONU declarou a década de 75 a 85 como a década da mulher e reconheceu o 8 de março como o seu dia. Logo após, em 1977, a Unesco reconhece oficialmente este dia como o Dia da Mulher, em homenagem às 129 operárias queimadas vivas. No ano de 1978, o prefeito de Nova Iorque, na resolução nº 14, de 24/1, reafirma o 8 de março como Dia Internacional da Mulher, a ser comemorado oficialmente na cidade de Nova Iorque. Na resolução, cita expressamente a greve das operárias de 1857, por aumento de salário e por 12 horas de trabalho diário, e mistura esta greve fictícia com uma greve real que começou em 22/11/1909. O mito estava fixado, firmado e consolidado. Agora era só repeti-lo.
Por que a Cor Lilás?
A partir de 1980, o mundo todo contará esta história acreditando ser verdadeira. Aparecerá até um pano de cor lilás, que as mulheres estariam tecendo antes da greve. Daquela greve que não existiu. A mitologia nasce assim. Cada contador acrescenta um pouquinho. “Quem conta um conto aumenta um ponto”, diz nosso ditado.
Por que não vermelho? Porque vermelhas eram as bandeiras das mulheres da Internacional. Vermelhas eram as bandeiras de Clara Zetkin, Rosa Luxemburgo e Alexandra Kollontai, delegadas dos seus partidos, à 1ª Conferência das Mulheres Socialistas, em 1907; e da segunda, na Dinamarca, em 1910. Nesta Conferência foi decidido que as delegadas, nos seus países, deveriam comemorar o Dia da Mulher Socialista.
A origem da cor lilás está na retomada do feminismo, nos anos 60. O vermelho estava muito ligado aos Partidos Comunistas do Bloco Soviético que, na verdade, já tinham muito pouco de socialismo, ou de comunismo. Além disso, historicamente, vários desses partidos, pouco apoio haviam dado às lutas específicas das mulheres.
A expressão “Libertação da Mulher” não era própria destes partidos. Neles, a luta da mulher era vista quase só com o objetivo de integrá-la à luta de classes. A luta feminista, para muitos comunistas, só atrapalhava a luta geral do proletariado. Tirava forças da luta principal.
Foi nesse clima que, nas décadas de 60 e 70, a luta feminista foi retomada, num processo de auto-organização das mulheres. No movimento feminista havia uma forte crítica à prática da maioria dos partidos e sindicatos. Muitos movimentos se organizaram de forma autônoma, lutando para garantir sua independência. Assim, foi adotada a cor roxa, como uma nova síntese entre as cores azul e rosa. O vermelho das bandeiras das mulheres da Internacional ficou esquecido.
O roxo já havia ensaiado seus primeiros passos entre os anos 1914 e 1918, na Inglaterra, pelas mulheres sufragistas. Ele, que historicamente representava a cor da nobreza, e, consequentemente, a nobreza da alma feminina. Naqueles mesmos anos, as bandeiras desfraldadas pelas mulheres socialistas e comunistas eram vermelhas. Hoje, a nova cor, o roxo, abrange tanto a luta das mulheres socialistas quanto a daquelas que se opõem exclusivamente ao jugo do machismo. Dentre estas últimas estão mulheres trabalhadoras e outras pertencentes à classe burguesa que, obviamente, rejeitam o socialismo como programa político.

Fonte: Instituto Zequinha Barreto


Então meninas, contamos com todas para começarmos a nossa luta!Não precisa colocar o rosto na rua, mas contribua com os seus conhecimentos e com sua força de vontade para lutar por um mundo melhor. A nossa luta é contra a desigualdade, o racismo, as “fobias” e qualquer tipo de preconceito. A mudança depende de nós.

CONTATO: oqueelaspensam@gmail.com